sábado, 26 de agosto de 2017

O meu nome não é Mãe

Depois de sairmos da maternidade somos pessoas diferentes. Nasce uma mãe dentro de nós, é verdade. Descobrimos sentimentos que nem sabíamos que existiam, uma força - de corpo e espírito - que nos surpreende a cada dia e uma responsabilidade do tamanho do mundo. Somos mães. Mas continuamos a ser mulheres, em primeiro lugar. Eu continuo a ser a Rita, tu continuas a ser a Ana e ela a Andreia. 

Desde que sou mãe que raramente ouço pronunciarem o meu nome. Chego a pensar que o alterei no cartão de cidadão e passei a ter "Mãe" como nome próprio - e "da Mel" como apelido. É isto que ouço todos os dias. Seja numa loja do shopping, no centro de saúde, na reunião da creche ou no café. Claro que ninguém é obrigado a saber como me chamo, mas se não tivesse um bebé ao colo seria certamente tratada pelo meu nome - mediante o sítio onde me encontrasse - ou, no caso de não o saberem, por senhora ou até menina (que ainda vou para nova). Desde que somos mães, parece que somos mães e basta. Sei que esse tipo de tratamento não é de todo mal intencionado, chamaria-lhe mais preguiça ou sentido prático. Mas nós, que já passamos tanto tempo envolta deste mundo de bebés e crianças e convivemos com os nossos filhos todos os dias, gostávamos de ouvir mais vezes o nosso nome. Faz-nos bem à alma - e à cabeça também. Gostamos de sentir que continuamos cá - com os nossos gostos e a nossa personalidade - mesmo depois de sermos mães. Eu continuo a ser a Rita, tu continuas a ser a Ana e ela a Andreia. 

PS. Isto tudo sem contar com os "Mãe", "Mããee" e "Mããããeeee" que ouvimos em casa, dos miúdos. Digo-vos, se ganhássemos um euro por cada vez que ouvimos esta palavra já tínhamos todas emigrado para uma ilha e estávamos de papo para o ar a beber cocktails de manhã à noite. 

Rita




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