domingo, 13 de agosto de 2017

Como estimular o bebé na barriga da mãe

Escrito pela Dra. Sofia Ribeiro, neuropsicóloga

Durante nove meses, o bebé vive protegido do exterior, num espaço quentinho e feito à sua medida, o que não significa que se desenvolva por si próprio, sem necessidade de qualquer interação, muito pelo contrário! O bebé está sempre conectado com a sua mãe, através das emoções, pensamentos, e sentimentos, sendo o início de uma comunicação direta e permanente entre ambos. Existe um conjunto de técnicas passíveis de serem aplicadas por ambos elementos do casal, e que favorecem o desenvolvimento do bebé a vários níveis. Damos-lhe o nome de estimulação pré-natal. São vários os tipos de estimulação, hoje apresento-vos diferentes técnicas de estimulação auditiva. 

A audição começa por se desenvolver a partir das 6 semanas de gestação, encontrando-se dividida entre os sons agudos e graves. 


Técnica 1 - Sons Agudos

Os sons agudos têm uma intensidade mais baixa que a nossa fala, e por isso, recorremos, em primeiro lugar, à sua estimulação. 

Materiais
- objeto reprodutor de som (ex. telemóvel, aparelhagem)
- música calma e tranquila
3 caixas pequenas
- pequenos sinos
- arroz
- feijões
- sofá/cama

Duração: diário durante 15 minutos. 

Desenvolvimento: para começar, coloquem os pequenos sinos, arroz e feijões separados em cada uma das três caixas. Tenham atenção para não as encherem, de forma a produzirem som no momento de as agitarmos. Em conjunto com outra pessoa, a mãe pode começar a agitar as caixas ao som da música que estão a ouvir, de forma a imitar o som do coração. Numa primeira sessão, usem a caixa com os pequenos sinos; na seguinte usem a do arroz; e na terceira usem a dos feijões. Posteriormente, em mais três sessões, movam as três caixas durante alguns minutos cada uma. Recomendo que, caso seja possível, o façam com frequência. Convém também ir comunicando com o bebé, antes, durante e depois da atividade, indicando do que se trata aquele som. Qualquer reação seja ela de calma ou movimento, é um indício de que este participa ativamente na atividade.


Técnica 2 - Sons Graves

Os sons graves são mais intensos que a nossa própria fala, e por isso mais ruidosos.

Materiais: 
- objeto reprodutor de som (ex. telemóvel, aparelhagem)
- música clássica
- 4 garrafas pequenas de plástico
- pedras
- terra
- pregos
- 2 pauzinhos
- sofá 

Duração: 15 minutos. 

Desenvolvimento: A mamã deve sentar-se no sofá, o mais confortável possível e, em conjunto com o seu par, deve cumprimentar o seu bebé e falar sobre os sons que vai escutar, por exemplo: “agora vais ouvir uma garrafa cheia de pregos”. De seguida devem sacudir a garrafa cheia de pedras, ou bater com os pauzinhos numa garrafa vazia, de forma rítmica, e a uma distância de aproximadamente 15 centímetros da barriguinha. Devem começar por fazê-lo lentamente, aumentando de forma gradual, para depois voltar ao ritmo inicial. Quando terminarem o exercício, devem perguntar ao bebé se gostou, dedicando-lhe palavras de afeto, antes de se despedirem dele. No futuro, voltem a repetir a atividade, mas com instrumentos diferentes.


Técnica 3 - Sons Agudos e Graves


Materiais: 
- objeto reprodutor de som (ex. telemóvel, aparelhagem)
- música clássica
- flauta 

Duração: 30 minutos 

Desenvolvimento: após cumprimentar o seu bebé, o casal deve comentar o som que este vai ouvir. De seguida, usando a flauta de forma rítmica, e ao som da música de fundo, produzam sopros curtos, aumentando de maneira pausada até atingir sopros mais longos, de forma a regressarem novamente ao ritmo inicial. Mantenham a escala de sons curtos e longos por algumas sessões. Uma variante desta atividade é a combinação dos sons graves com os agudos. 

NOTA: Caso não se sintam confortáveis com o uso da flauta, ou na ausência de uma, podem sempre usar o objeto reprodutor de som, com música clássica, e a um volume aceitável, colocando-o perto da barriguinha da mamã, ou recorrendo a uns auscultadores colocados sobre ela

Sabe-se que há muitas pessoas que desvalorizam esta necessidade de estimular o bebé, mantendo-se descrentes de tais mecanismos e dos seus importantes efeitos. Com os vários estudos acerca do tema, verificamos que esta estimulação favorece o desenvolvimento do sistema nervoso, facilita o início das conexões entre os neurónios, a comunicação e os vínculos afetivos com os pais, potencia capacidades/habilidades futuras, tais como aprender a comer, a relaxar, a dormir melhor, etc. 

Alguma dúvida ou questão pode contactar-me aqui

A pequena Mel ainda no útero da mãe.


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