quinta-feira, 15 de novembro de 2018

A Mel não reagiu muito bem à chegada do Marco

Antes do Marco nascer já sabíamos que não ia ser tudo um mar de rosas. Acho que, acima de tudo, estávamos curiosos para ver a reação da Mel. Como ela iria reagir à nossa nova realidade, connosco, mas sobretudo como é que ela se iria comportar com o Marco. 

Assim que o conheceu no hospital (partilhei convosco o vídeo há uns dias) criou logo um grande laço com ele. Afeiçoou-se muito ao Marco desde o primeiro instante e o carinho que nutre por ele está à vista de todos. Na verdade, derrete-nos o coração. É super hiper mega carinhosa, adora abraçá-lo e dar-lhe beijinhos. Também gosta de esborrachá-lo - quem não gosta? Os bebés são deliciosos - e aí temos que ter alguma supervisão, ahah. Quando o Marco chora vem avisar-nos, preocupada, e toma logo a iniciativa de lhe colocar a chupeta na boca. Também costuma pôr um bocadinho de aero-om quando ele chora muito (nós dissemos-lhe que era o remédio do mano e ela não faz a mínima ideia de que aquilo é doce). Chega da escola e vem a correr enchê-lo de miminhos. Chama-o de "fofinho", canta e brinca com ele e deixa muitas vezes um peluche dela ao lado dele para lhe fazer companhia, quando está a dormir. Às vezes vamos no carro, eles no banco de trás, lado a lado, e o Marco começa a chorar. Ela diz-lhe sempre "Tou aqui, Marco", "Já passou, Marco". E nós derretemos de amor. 

Connosco as coisas passaram-se de maneira diferente. Desde que o Marco nasceu, a Mel começou a fazer mais birras. Aquele "choro" sem lágrimas, sabem como é? Pede-nos mais vezes colo, muitas das vezes quando vê que estou com o Marco ao colo ou a dar-lhe de mamar. Deixou de fazer a rotina dela cá em casa com a leveza que fazia anteriormente. Na hora do banho, birra. Para ir dormir, birra. Mas o pior foi às refeições. A Mel que sempre comeu tão bem começou a fazer birras para comer. Mal a sentávamos na mesa dizia que não queria comer, cruzava os braços, virava-se para trás e só depois de muito suor (nosso) e muita imaginação é que lá conseguíamos que jantasse. E não comia tudo. Na escolinha continuava a comer a refeição toda normalmente portanto percebemos que o problema era connosco. Foi cansativo e frustrante. Ultimamente tem estado muito melhor e parece estar a voltar ao que era. 

Sabemos que é uma fase nova para ela e também não estávamos à espera que ela lidasse com tudo isto sem apresentar qualquer sinal de desconforto. Tudo isto são chamadas de atenção e não as tomamos de ânimo leve. A verdade é que a Mel ainda é muito pequenina e nestes dois anos sempre teve a atenção toda virada para ela. Agora tem que dividir o tempo e os mimos com o irmão. O que temos feito é mostar-lhe que continuamos aqui para ela, para lhe dar colo, brincar e ensinar. Quando o Marco está a dormir vou para o quarto dela e brincamos, só as duas. Noto que ela valoriza esses momentos e ainda bem, porque eu também! Tentamos incluí-la nos cuidados com o Marco (e ela gosta!) para que sinta que somos todos uma família. Pessoalmente, estou super feliz por ela ter tido esta reação menos boa connosco, no dia-a-dia, e não com o Marco. Podia ter lidado com ele de uma forma totalmente diferente, sendo ciumenta e até mesmo agressiva. Pelo menos com ele, ela é maravilhosa. O resto irá ao lugar, tudo a seu tempo. Tudo ao tempo dela.

Rita 

Foto maravilhosa do Contam'Estórias Fotografia

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Há guerreiras desse lado?!

Ponha o dedo no ar quem, infelizmente, tem ou já teve uma familiar ou amiga com cancro da mama. Eu já. É uma doença filha da mãe e as mulheres que passam por ela são verdadeiras guerreiras! 

E por isso queria dar-vos a conhecer uma campanha solidária que tem como objetivo apoiar todas estas mulheres guerreiras. A ação é desenvolvida pela Dama de Copas - a minha loja de lingerie preferida de todo o sempre - e pelo Fundo iMM-Laço. Todas as mulheres são bonitas e têm o seu valor, com todas as suas experiências e marcas de vida. O cancro da mama continua a ser o tipo de cancro mais comum entre as mulheres e, por isso, é importante
encontrar soluções que o combatam. A descoberta de uma cura é crucial e o investimento em investigação científica é fundamental para encontrar esse caminho. Por isso, até dia 31 de Dezembro, por cada soutien desportivo vendido, a Dama de Copas doa 10% do seu valor para o Fundo iMM-Laçoque apoia anualmente projetos de investigação na área do cancro da mama, procurando assim dar resposta a milhares de mulheres que todos os anos são diagnosticadas com esta doença.

Porquê o soutien desportivo? 
Todas as mulheres que enfrentam o cancro são autênticas guerreiras. O soutien desportivo é o aliado perfeito para todas as mulheres que lutam. É um modelo forte e resistente, que protege a mama face aos exercícios mais árduos e de maior impacto. A Dama de Copas tem muitíssimos modelos, com ou sem aros, com copa moldada ou mole e em várias cores e padrões. Têm disponível nos tamanhos 28 ao 46 de costas e das copas B à J! O soutien desportivo é um modelo ótimo para mulheres que passaram pelo cancro da mama pois, sendo mais coberto, funciona perfeitamente para próteses ou simplesmente para proteger mais o peito.

Eu não podia passar ao lado desta campanha solidária e já tenho o meu. Escolhi o soutien desportivo Coral, sem aros, porque nesta fase de pós-parto é o mais confortável para mim. Ah, e não ando no ginásio. Aliás, sabem qual é o meu verdadeiro exercício físico diário? Estes dois. A verdade é que um soutien desportivo é super prático para estar em casa ao fim de semana, quando passamos o dia todo com os miúdos, ou quando tiramos umas horas para as tarefas domésticas. Ele é tão confortável que podemos usá-lo para muito mais do que uma aula de cycling. 


Para terminar, queria só deixar a indicação que a Dama de Copas têm um serviço chamado "Bra Fitting Rosa". Isto é, têm nas lojas soluções para as mulheres que já passaram pelo cancro da mama. O aconselhamento do soutien certo é gratuito e feito tendo em conta o tipo de cirurgia que a mulher fez: uma cirurgia conservadora da mama, uma mastectomia ou uma reconstrução mamária. Para diferentes casos haverá diferentes necessidades de soutiens (por exemplo, com ou sem aros) e talvez até de uma prótese mamária. Têm soutiens já adaptados para próteses mas qualquer modelo pode ser adaptado para tal, incluindo a linha de banho (biquinis!). 

Rita 

sábado, 3 de novembro de 2018

"Estás a amamentar?"


Pensei um bom bocado antes de escrever este post. No que toca à amamentação, há dez vezes mais palpiteiras do que em relação a qualquer outro tema da maternidade. Por outro lado, aqui no blog tenho sempre partilhado as minhas experiências e por isso desta vez vou contar-vos como tem corrido a amamentação com o Marco. Desde que nasceu fez uma boa pega e mamou muito bem, sempre em livre demanda. Quando esteve internado no hospital com bronquiolite, estive sempre lá com ele para poder amamentá-lo e, surpreendentemente, nesses dias não perdeu peso (aumentou muito pouco, mas não emagreceu, e eu fiquei super feliz). Quando completou um mês de vida, eu comecei a trabalhar. Tenho a sorte de poder trabalhar a partir de casa e poder estar com ele o tempo todo, salvo quando tenho que me ausentar para reuniões de trabalho. Nesses dias (horas) em que tenho que sair de casa - uma ou duas vezes por semana, ele bebe um biberão de leite adaptado. 

Nunca consegui extrair leite com a bomba. Nem quando amamentava a Mel, nem agora com ele. Tentei várias vezes, de manhã e à noite, sozinha ou enquanto dava de mamar. Estava meia hora com a bomba para tirar uns míseros 10ml, uma tortura. Informei-me e sei que é uma situação comum a outras mulheres, já que a estimulação que um bebé faz ao mamar é muito diferente da de uma máquina. 

(Já agora: Tenho a Bomba Swing da Medela - está praticamente nova, em caixa, com todos os acessórios e vendo a um bom preço! E ainda ofereço sacos de congelação. Se alguém estiver interessado, envie mensagem!)

Portanto, ligámos o descomplicómetro e introduzimos o leite adaptado. A Mel bebeu LA desde a primeira semana de vida e está aí, maravilhosa e saudável. Continuando. Estava contente por estar a correr tudo melhor desta vez, o Marco continuava a mamar muito bem e a prova disso foi quando fomos ao pediatra e, ao ser pesado, vimos que estava para o gordito.

Na semana passada, começámos a notar que ele não ficava saciado depois de mamar e começava a chorar - que rapidamente evoluía para berrar - com fome. Mamava bem, sem pausas ou sonolência, até que ao fim de uns (dez?) minutos, se debatia com o mamilo e chorava a pedir mais. Acalmava-o, punha-o a arrotar e depois novamente na mama. Tudo na mesma. Passava para a outra mama e começava a mamar tranquilamente até que, passado um tempo, acontecia tudo outra vez, a terminar num choro desesperado, punhos cerrados e boca à procura de comida. Decidimos fazer um biberão e bebeu-o todo. Fiquei triste, chorei e pedi-lhe desculpa. No dia seguinte, fui ao site das CAM’s (Conselheiras em Aleitamento Materno) de Portugal e procurei ajuda. A Catarina, que é CAM, esteve cá em casa esta semana. Viu o Marco a mamar e confirmou que ele faz uma boa pega e mama muito bem. Não vou estar aqui a entrar em pormenores porque acho que não faz sentido, mas não estarei a produzir leite suficiente para ele neste momento. Cada mãe é uma mãe e cada bebé é um bebé. A Catarina explicou-me o que posso fazer para aumentar produção de leite, ajudou-me a lidar com o Marco nestes momentos e como diminuir/“enganá-lo” com a dosagem do suplemento. Deu-me muita força.

Quero muito continuar a amamentar, sei perfeitamente que só traz vantagens para ele e para mim (a única - grande - desvantagem é mesmo a privação do álcool

). Vamos ver como corre! Se puder voltar a amamentar em exclusivo, perfeito!, se continuar a dar de mamar juntamente com o leite adaptado, sem problema... e se, entretanto, o Marco passar a beber somente leite adaptado, também está tudo bem! É esta a minha - a nossa - postura e era isto que queria partilhar convosco. Se fiquei triste com tudo isto? Sim, na altura fiquei. Mas só quero o melhor para o meu filho. E o melhor para ele é crescer saudável e feliz. Independentemente do tipo de leite que bebe. Nem sempre corre tudo como esperamos mas podemos pedir ajuda, e trabalhar para melhorar as coisas! Se no final não resultar, há-de ficar sempre tudo bem.

Rita