segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Mãe sofre!

A Mel está doente. Está engripada, com febre e uma tosse terrível com expectoração. Esta foi a primeira noite que passámos às claras, desde que ela nasceu, e posso dizer-vos que foi a pior noite da minha vida. Não por não conseguir dormir mas sim por vê-la tão aflita e com dores, sem ter forma de a consolar. 
Passei horas a tentar acalmá-la, a mimá-la e a confortá-la. Em vão. Não há nada mais angustiante que vermos o nosso filho doente. É um misto de impotência e dor que nos parte o coração. Ela é tão pequenina que nem parece justo. Fez agora quatro meses e já é a terceira vez que adoece. É normal nos bebés, já sei. Mas custa. A mãe sofre, e muito. E o pai também. 

Quando somos nós a ficar doentes, sentimo-nos mal, sim, mas tomamos a medicação, comemos uma sopa quente e bebemos um chá com mel. Esperamos que passe. Com o nosso filho é diferente. Custa esperar que passe. Só nos apetece ir a correr com ele para o hospital mais próximo e obrigar o médico a receitar-lhe um medicamento milagroso que lhe tire as dores imediatamente. Só nos apetece ouvi-lo a palrar e a rir, em vez de chorar e tossir. Só nos apetece ver a luzinha verde no termómetro, de cada vez que lhe vamos ver a temperatura. Custa tanto esperar que passe. E entretanto a mãe sofre. 

Talvez pelo cansaço, a Mel finalmente adormeceu. Está aqui, muito tranquila, a dormir ao meu lado. O meu coração está mais calmo. Está a recarregar baterias. 

Fica boa depressa, meu amor. 



Rita


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