segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Regresso às aulas em plena pandemia

Este regresso às aulas não é uma novidade para nós. Há 3 meses, os miúdos regressavam ao infantário em plena pandemia. O Marco, que não entende o que se passa, voltava para a sala 1 ano e não iria ver o rosto das educadoras. À Mel explicámos-lhe tudo - as educadoras fizeram vídeos com/sem máscara e enviaram-nos - mas não sabíamos como iria realmente lidar com a situação. 

A verdade é que a adaptação à nova realidade não podia ter sido melhor. O infantário uniu esforços para conciliar a segurança com a brincadeira, aprendizagem, carinho e liberdade das crianças. Foram ao parque e à praia, fizeram piqueniques e explorações. A Mel no início deste mês perguntou-me se a Corona já tinha ido embora e isso fez-me realmente acreditar que eles vivem o dia a dia com a maior normalidade possível. Vão para a escola todos os dias com um sorriso no rosto e chegam a casa igualmente felizes. 

Mas nem tudo são rosas e o cenário mais temido tornou-se realidade. Dois irmãos foram infetados e o infantário esteve fechado duas semanas. Os miúdos estiveram em isolamento profilático, apesar de não apresentarem sintomas. Reunimo-nos online com os pais e grupo docente e TODOS nos mostrámos solidários com o pai daquelas duas crianças, que se sentia claramente culpado. Foi aquela família, mas podia ter sido qualquer outra. Amanhã podemos ser nós. Estou a contar-vos isto porque é um grande medo dos pais, mas temos que pensar que as crianças não fazem parte do grupo de risco (salvo quem tenha algum problema de saúde). Claro que o medo se estende aos familiares e foi por isso que decidimos fazer o teste COVID-19, para ficarmos descansados. Tudo acabou por correr bem e ninguém mais foi infetado. 

Hoje despedi-me deles com um sorriso. Deixá-los viver numa bolha não os vai fazer felizes. Confiamos no infantário que escolhemos e na sua abordagem nos tempos difíceis que vivemos. Sei que a realidade é diferente para crianças mais velhas, condições mais duras e que vos deixam de coração apertado. Falem com as escolas e professores, percebam como pretendem lidar com isto. Lutem. Porque não devemos deixar-nos levar pelo medo, assim não é escola! 


Foto enviada pela Educadora da Mel


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